Redação passo a passo – Síntese de orientações
1) Em concursos públicos, a redação exige muita perspicácia do candidato. Na maioria das provas, é exigida a dissertação argumentativa, o que requer conhecimento de mundo e habilidades da parte do candidato. Quando se trata de estudo de caso, o conhecimento técnico é prioritário.
2) Em se tratando de texto argumentativo, por coerência, os temas têm, em geral, vínculo com a contemporaneidade. Por isso, é importante que o candidato se mantenha atualizado com as grandes questões sociais de seu tempo. A leitura de algum grande jornal (ou revista), pelo menos uma vez por semana, é imprescindível.
3) Observar temas de concursos anteriores também ajuda muito. O ideal é que o candidato faça redações sobre alguns desses temas e que as submeta à apreciação de algum professor. Ler e escrever são “faces de uma mesma moeda”. O bom desempenho requer treinamento constante.
4) Boas ideias não garantem uma boa redação. É preciso que o candidato saiba organizá-las. Para isso, ideal é que ele leia textos argumentativos (em jornais, por exemplo), a fim de que observe como tais textos são comumente esquematizados.
5) Fazer um bom curso de redação – presencial ou a distância – é fundamental. É preciso que o candidato tenha contato com técnicas de redação, as quais envolvem como começar um texto, como desenvolvê-lo e como concluí-lo. Estudar os mecanismos de coesão referencial e sequencial é de extrema utilidade.
6) Estudar mecanismos de coesão é muito mais do que simplesmente decorar elementos coesivos. Há candidatos que simplesmente decoram algumas expressões coesivas. Os elementos coesivos são importantes, não há dúvida, mas mais importante é o conteúdo a ser escrito entre eles. É preciso haver coerência sempre.
7) Dizem que, em um jogo de futebol, o bom juiz é aquele que passa despercebido, que não chama a atenção. De forma análoga, pode-se dizer que a boa redação deve apresentar simplicidade + coerência + clareza + correção gramatical. Tudo isso dá singularidade e uniformidade ao texto. A linguagem tem de estar de acordo com a norma culta, o que não impede que o linguajar seja simples. O mais importante é a regularidade, a uniformidade linguística: o candidato pode apresentar linguajar difícil (culto e raro), razoável (construções não cotidianas, mas não raras) ou simples (corretíssimo, mas fluido). Por vezes, o candidato decora alguns termos (por ele considerados elegantes) e os usa em qualquer redação, independentemente do tema. Termos como “destarte”, “mister”, “sói”, “aqueloutro” e tantos outros só podem ser usados se o texto apresenta – no todo – um nível compatível com eles. O ideal, repito, é que a redação esteja correta e simples, fácil de ser entendida.
8) Ao fazer uma redação, é importante a leitura prévia do tema e dos textos de apoio, se houver. O primeiro grande passo é, no rascunho, definir a tese; em seguida, dois ou três argumentos. Levando-se em consideração uma dissertação em 30 linhas (o mais comum em concursos públicos), o ideal é que o candidato tenha a coragem de selecionar dois ou três argumentos, pois esse número corresponde ao número de parágrafos do desenvolvimento. No total, a redação fica com quatro ou cinco parágrafos, o que é bastante coerente. Lembremos que não há como, num texto de trinta linhas, por exemplo, esgotar o tema, e a banca não quer isso. O que se avalia é simplesmente a capacidade de o candidato ser correto, claro e coerente na transmissão de suas ideias.

Professor Arenildo Santos, professor de Português, Literatura e Redação do site Questões de Concursos
9) Isso é muito pessoal, mas, particularmente, aconselho que, nos concursos que envolvam redação, o candidato faça, primeiramente, o rascunho de seu texto. Em seguida faça as demais provas, cuidando do tempo. Tem de haver trinta e cinco minutos de reserva: dez para a marcação atenta do cartão-resposta, cinco para uma leitura atenta da redação e vinte para a transposição do texto na folha definitiva.
10) Só use título se houver recomendação expressa na prova.