Especial Redações Nota Mil da edição 2015! Redação # 8

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Por: | 2017-08-17T08:44:22+00:00 30 de junho de 2016|Modelos de Redação|

Redação - NotaDando continuidade ao Especial Redações Nota Mil, você acompanha a segunda redação da série, que foi liberada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para fins pedagógicos. Dez candidatos que tiraram nota 1.000 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 forneceram os textos ao G1 .

O tema da redação foi “A Persistência da Violência contra a Mulher na Sociedade Brasileira”. Dos 5.631.606 textos corrigidos, 104 obtiveram nota mil. Outros 53.032 foram anulados e receberam nota zero.

De acordo com o Inep, foram anuladas as redações que fugiram do tema, desrespeitaram os direitos humanos e escreveram em uma tipologia diferente da solicitada, dentre outras razões. As orientações e os textos de apoio recebidos pelos candidatos no dia do Enem estão no final desta matéria.

Veja abaixo a TRANSCRIÇÃO LITERAL da redação de Sofia Dolabela Cunha Saúde Belém, sem edições:

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“É inegável o fato de que, na sociedade brasileira contemporânea, a igualdade de gêneros é algo que existe apenas na teoria. Medidas como a criação da Lei Maria da Penha e da Delegacia da Mulher, apesar de auxiliarem na fiscalização contra a violência ao sexo feminino e na proteção das vítimas, são insuficientes e pouco eficazes, algo comprovado através da alta taxa de feminicídios ocorridos em nosso país, além dos enormes índices de relatos de vítimas de violência.

O aumento notório de crimes contra a mulher realizados na última década deve-se a inúmeros fatores. A completa burocracia presente nos processos de atendimento às vítimas de estupro, por exemplo, refuta mulheres que apresentam traumas e não recebem acompanhamento psicológico adequado, sendo orientadas a realizar o exame de corpo de delito, procedimento, por vezes, invasivo. Além disso, é comum que o relato da vítima tenha sua veracidade questionada, não recebendo a atenção necessária. Com o afastamento de possíveis denúncias, não há redução no número de assassinatos e de episódios violentos.

A cultura machista em que estamos inseridos dissemina valores como a culpabilização da vitima: muitas vezes, a mulher se cala porque pensa que é a culpada pela violência que sofre. Acredita-se, também, que apenas a violência física e sexual deve ser denunciada, ou que a opressão moral é algo comum. A passividade diante de tais situações cede espaço para o crescimento de comportamentos violentos dentro da sociedade.

Tendo em vista as causas dos altos índices de violência contra a mulher no Brasil, é necessário que haja intervenção governamental para aprimorar os órgãos de defesa contra tais crimes, de modo a tornar o atendimento mais rápido e atencioso. O mais importante, no entanto, é atingir a origem do problema e instituir em escolas aulas obrigatórias sobre igualdade de gênero, apresentando de forma mais simples conceitos desenvolvidos, por exemplo, por Simone de Beauvoir, de modo a desconstruir desde cedo ideias preconceituosas que são potenciais estimulantes para futuros comportamentos violentos”.

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Fonte G1

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